quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Os Grandes Portugueses - Marquês de Pombal




"Os Grandes Portugueses"
,
foi um programa televisivo que passou na RTP 1 e que se baseou num programa de grande êxito da BBC - "Greatest Britons". 

Este projecto ultrapassa largamente o mundo televisivo, pois, cobriu vários níveis de multimédia, o programa em si combina informação, biografia, documentário e entretenimento. Tudo isso para um grande e único objectivo: o de incentivar os portugueses a nomear o seu Grande Português.

Marquês de Pombal veio a ocupar o 9º lugar nos dez mais votados pelos portugueses para serem os Grandes Portugueses.

     Quadro 1 - O top 10 dos Grandes Portugueses. Fonte: www.wikipedia.com

sábado, 25 de outubro de 2014

Os conflitos com a Igreja

A época de Marquês de Pombal foi afincada pelo anti-clericalismo, que era típico do Iluminismo, e foi então que teve início com a expulsão dos jesuítas de Portugal e dos seus domínios, onde o Brasil estava incluído, em 1759. Para justificar tal acto, acusou a ordem de participar numa tentativa de regicídio contra o rei D. José I, e de tentar fundar no Brasil um Império Teocrático*. Devido a isso, começou a haver importantes mudanças na educação com a laicização* do ensino, ou seja, a que era contrária àquela que os religiosos praticavam.

No ano de 1768, para assim garantir a volta dos capitais da burguesia de origem judaica, ordenou que houvesse a destruição da lista de réus que foi feita pelos padres inquisidores. Com a proibição dos autos-de-fé a Inquisição foi praticamente desmantelada. 


Império Teocrático: é um sistema de governo em que as acções políticas, jurídicas e policiais são submetidas às normas de alguma religião.
Laicização: não possui religião e afasta de si os preceitos religiosos.

Bibliografia:
Cola da Web. "Marquês de Pombal - Era Pombalina". Acesso em: 25 de Outubro de 2014 <Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/marques-de-pombal-era-pombalina>

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A Reforma Pombalina na Educação

                                                      Fig.1 - Universidade de Coimbra



Segundo Maria Eduarda Cruzeiro (1988), as intervenções pedagógicas mais importantes, que vieram a se verificar foi em 1759, no ano da expulsão dos Jesuítas, e 1772, ano da “nova fundação” da Universidade de Coimbra e do que se poderá chamar, a criação do ensino primário oficial, que constituem, na sua articulação, a primeira tentativa de estabelecimento de um sistema de ensino público em Portugal.

Há que deixar salientado que no ano da expulsão dos Jesuítas, houve a proibição dos seus métodos de ensino e a Universidade de Évora foi fechada por ter sido controlada por esta ordem religiosa.

Para Marquês de Pombal esta reforma a nível educacional tinha um papel muito importante, tanto que o seu primeiro alvo foi a Educação, pois esta era a base da formação dos intelectuais. Foi a primeira vez na história que o Estado preocupou-se em fornecer uma educação secular, ou seja, pública para os seus súbditos, como já foi mencionado mais a cima.

Em outras palavras, o Portugal moderno idealizado por Pombal devia livrar-se da nobreza parasitária e despreparada que ocupava postos no governo e investir na formação de uma elite de profissionais qualificados para servir ao estado.

A crise política, e económica e administrativa por que passava o Império em meados do século XVIII expressava-se também, em termos culturais, através de uma relativa desfasagem científica em relação aos países mais desenvolvidos da Europa. Eruditos da metrópole e portugueses radicados no exterior discutiam, desde as primeiras décadas do século, o atraso das instituições portuguesas e buscavam alternativas para seu desenvolvimento. Entre estes, nomes como o de Luís António Verney, autor do Verdadeiro Método de Estudar (1746), um libelo contra o ensino jesuítico, e de António Ribeiro Sanches, autor de Cartas sobre a educação da Mocidade (1760), Método para Aprender a Estudar a Medicina e Apontamentos para Fundar-se uma Universidade Real, tornaram-se emblemáticos da oposição à pedagogia praticada na Universidade de Coimbra.

O sistema de ensino e os currículos académicos mereceram a atenção desses intelectuais, cujas críticas e propostas foram levados em conta na elaboração dos novos Estatutos instituídos pela Reforma de 1772.

Tradicionalmente a Universidade oferecia os cursos de Teologia, Leis e Medicina. Com a Reforma, foram criadas as Faculdades de Filosofia e de Matemática que, juntamente com a de Medicina, compunham a Congregação Geral das Ciências e suas disciplinas de História Natural, Física, Química e Geometria passaram a ser pré-requisitos obrigatórios para todos os alunos dos demais cursos. Para além de instituir o aprendizado das ciências da natureza como indispensável na formação de todos que passassem pela Universidade, a instalação das novas faculdades significou, também, a obrigatoriedade da formação de nível superior para os matemáticos e determinou o surgimento de um novo profissional: o naturalista.

Duas vertentes orientaram a mudança pedagógica e curricular instituída pelos Estatutos da Reforma: a introdução do ensino das modernas ciências matemáticas e da natureza e a adopção do método experimental como processo de aprendizado.

Para o ensino das novas disciplinas foi criada uma série de estabelecimentos que visavam, sobretudo, instituir a prática do método experimental. Os futuros médicos passaram a contar um Hospital Escolar, com o Teatro Anatómico, com um Dispensário Farmacêutico, e também com o Jardim Botânico, ligado ao curso de Filosofia, onde aprendiam a conhecer as plantas medicinais. Para a Faculdade de Matemática foi criado o Observatório Astronómico A Faculdade de Filosofia, além do Jardim Botânico, contava com o Gabinete de História Natural, o Gabinete de Física Experimental e o Laboratório Químico.

Para ocupar a cátedra das recém criadas disciplinas, foram convidados professores estrangeiros. O naturalista italiano Domingos Vandelli, chamado para leccionar no Colégio dos Nobres, encontrava-se em Lisboa desde finais de 1760, onde, por atribuição régia, veio a criar o Jardim Botânico e Museu da Ajuda. Com a Reforma, Vandelli deslocou-se para Coimbra onde passou a leccionar História Natural e Química. Vandelli foi o idealizador das viagens filosóficas em terras do reino e no ultramar, e também um dos impulsionadores da criação da Academia Real de Ciências de Lisboa. O matemático Miguel Antonio Ciera, chamado para participar da organização das Expedições de Demarcação de Limites entre Portugal e Espanha na América Portuguesa, foi convidado para leccionar Astronomia. Giovanni Antonio Dalla Bella, também chamado para leccionar no Colégio dos Nobres, veio a ocupar a cadeira de Física Experimental em Coimbra, onde colaborou com Vandelli na elaboração do projecto do Jardim Botânico. Dalla Bella figura como um dos membros fundadores da Academia Real das Ciências de Lisboa.


                                      Fig.2 - Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

Bibliografia:

- Centro de Documentação e Pesquisa de História dos Domínios Portugueses (CEDOPE), “A Reforma da Universidade”, Acesso em: 23 de Outubro de 2014 <Disponível em: http://www.cedope.ufpr.br/reforma_universidade.htm>
- CRUZEIRO, Maria Eduarda, “A reforma pombalina na história da Universidade”, Análise Social, vol. XXIV, 165-210.
- GOMES, Maria, “Reformas pombalinas: educação”, Acesso em: 23 de Outubro de 2014 <Disponível em: http://pt.slideshare.net/crie_historia8/reformas-pombalinas>

Iluminismo - Pombalismo - Revolução Liberal e Regeneração (1640-1851)










sábado, 18 de outubro de 2014

Quem foi Marquês de Pombal?

Fig.1 - Marquês de Pombal

Sebastião José de Carvalho e Melo, filho de Manuel de Carvalho e Ataíde  e Tereza Luíza de Mendonça e Mello, nasceu em Lisboa no dia 13 de Maio de 1699 e veio a falecer no dia 8 de Maio de 1782. Era oriundo de uma família nobre mas pobre, pensa-se que tenha estudado na Universidade de Coimbra. Raptou uma viúva 10 anos mais velha do que ele, da casa dos Condes de Arco, com quem acabou por vir a casar no dia 16 de Janeiro de 1723. No ano de 1737 viu a sua condição económica melhorar ao receber uma herança da fortuna do seu tio Paulo de Carvalho. Mercê da protecção do cardeal D. João da Mota, tornou-se, em 1729, representante de Portugal em Londres e a partir de 1743 foi enviado extraordinário em Viena; viúvo desde 1739, acabou por casar em 1745 com uma jovem filha de um Conde austríaco arruinado. Abandonou Viena em 1749 e regressou a Lisboa com uma folha de serviço pouco brilhante.

Apesar de ter voltado com uma folha de serviço pouco significativa, aos poucos foi fazendo a diferença e veio a ser o principal responsável pela abolição da escravatura em Portugal, reorganizou o sistema da educação, melhorou as relações com a Espanha e veio a publicar um novo código penal. Fortaleceu a marinha e reorganizou o exército, veio também a criar a Companhia das Índias Orientais e outras mais companhias para negociar com o Brasil. A agricultura, o comércio e as finanças tiveram uma melhoria bastante significativa. Claro que, com todas as suas reformas, que estavam fixadas perante o Iluminismo, houve com confronto de oposições, especialmente dos jesuítas e da aristocracia. 

No ano de 1758, a vida do Rei sofreu um atentado, e dessa forma Pombal conseguiu implicar os jesuítas e os nobres. Alguns foram torturados até à morte, outros foram executados depois de um breve julgamento, foi o caso da família Távora e do Duque de Aveiro. O envolvimento da Companhia de Jesus na Guerra Guaranítica* levou a que Marquês de Pombal expulsasse os jesuítas do território português e da sua colónia (Brasil) em 1759.

Após a morte de D. João V, em 1750, e o consequente afastamento do grupo de frei Gaspar da Encarnação, foi nomeado secretário de Estado para os assuntos exteriores. Quando houve o grande terramoto de 1755, Pombal organizou as forças de auxílio e planeou a reconstrução de Lisboa. Foi naquele mesmo ano que foi nomeado Ministro Principal e, a partir daí, os seus poderes foram quase absolutos, que veio a desenvolver um programa político de acordo com os princípios do iluminismo. Conforme o poder de Marquês de Pombal foi aumentando, mais a sua lista de inimigos aumentava. 


Guerra Guaranítica*: foi um confronto violento entre índios Guaranis e soldados portugueses e espanhóis que ocorreu no sul do Brasil, após a assinatura do Tratado de Madrid, onde delimitava as fronteiras espanholas e portuguesas da América do Sul.



Bibliografia: 
- PACIEVITCH, Thais. Marquês de Pombal. Acesso em: 1 de Outubro 2014 <Disponível em: 
http://www.infoescola.com/biografias/marques-de-pombal/>
- TERTO, Francisca. Guerra Guaranítica. Acesso em: 1 de Outubro 2014 <Disponível em: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/guerra-guaranitica/>
 Moderna Enciclopédia Universal. Vol. 15. Círculo de Leitores, 1987.